Texto publicado no Jornal Opinião dia 12/04/2013
Semana passada falei sobre o medo que
várias pessoas têm de ser felizes. O que parece, como eu disse, paradoxal, já
que ser feliz é tão bom, talvez até o que todos nós almejemos. Porém, outro
sentimento igualmente importante é a paz. O ritmo frenético dos dias atuais, as
cobranças excessivas de algumas corporações, as contas a vencer, as pendências
afetivas, tudo isso podem ser agentes ansiosos severos. Sem paz, é possível
achar a tal felicidade?
Vejam
os diferentes significados de paz, que achei em dicionários variados: harmonia, concórdia; sossego, tranqüilidade; calma, repouso.
Estado de não-beligerância. Fazer as pazes, reconciliar-se. Apesar de ser
difícil de definir, creio que não há ninguém que não entenda o que é a paz, ao
simples ouvir da palavra. Ainda assim, eu ousaria definir que paz é um estado
emocional interno e relativamente constante de serenidade, e até certa
resignação, elencada por um conjunto de valores éticos, morais e espirituais,
que permitam ao indivíduo aceitar o que ele não pode entender ou modificar, e
lidar de maneira mais positiva e saudável o possível com isso, bem como com
todos os aspectos de sua vida.
Na psicologia, entendemos que saúde mental é conseqüência principalmente
da capacidade humana de adaptação e desse “lidar positivamente” com as
adversidades. Penso que o caminho para sentirmos paz, não seja diferente. A paz
é como uma base; um alicerce. Nos dá estrutura, nos torna mais fortes, para não
dizer resilientes. Creio que, antes de pensar em felicidade, deve-se tentar
experimentar a paz. Sim, escolher o tal conjunto de valores de que falei, exercitá-los
nas menores atitudes cotidianas com positividade, confere uma organização
interna mínima, para preparar-nos para escalar o monte da felicidade. Lembrando
que, o objetivo é o topo; o melhor.
Porque a felicidade, me parece mais fabulosa, animada, e inclusive
vaidosa, que a paz. A paz é quieta, reservada, ela não requer holofotes ou
confetes. A paz sugere o consolo da agonia, da ansiedade pelo porvir, a
habilidade de perdoar aos outros e a si mesmo se as coisas não foram nem são
perfeitas. A paz conforta, é a força indispensável para sermos felizes.
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